A câmara dos Vereadores entregou hoje
(06/06) o título de cidadão ao Jornalista Magno Martin. Estiveram presentes amigos e admiradores do Jornalista e metade
dos Vereadores da casa, a cerimonia teve seus momentos de muita emoção. Estiveram
também presentes no evento o Deputado Estadual José Maurício, o Vereador do
Recife Edmar de Oliveira e a Vereadora também do Recife Aline Mariano que é
esposa do Magno. Ao iniciar seu discurso Magno sai com estas palavras, “não vou
fazer discurso, que me perdoem os políticos aqui presentes, mais discurso é uma
coisa chata, por isso não vou fazer um discurso, preparei minhas palavras em
forma de Crônica”. Magno Martins.
Magno faz uma volta ao passado de
Sertanejo, para um pouco no seu Pajeú, depois dar uma passadinha em Jaboatão
quando Geraldo Melo governava o município, dar uma parada longa em Brasília,
retorna a Jaboatão durante dois anos e de formas poética revive os grandes
nomes da historia do nosso município. Todas as passagens que o Jornalista
descreveu em seu discurso vêm carregadas de uma força que surge da alma dos
sertanejos que só os que nasceram na terra cinzenta podem escrever tão bem. Ao
final Magno agradece a Joaquim Barreto pai do ex-vereador Jota Barreto que o
representou na sessão de entrega do Título de Jaboatão. Parabéns, Magno Martins.
Parte
da crônica lida por Magno Martins
"Venho do
Sertão, sou filho de vidas secas, donatário das capitanias de Graciliano Ramos,
herdeiro fiel de Euclides da Cunha.
Venho do
Pajeú das flores, onde em todo o canto que se olha não se enxerga o verde da
esperança, apenas o cinza da realidade nua e crua.
O sertão é
sem lugar, não tem janelas, nem portas.
O sertão é
do tamanho do mundo. Está dentro de mim, impregnado como um perfume sedutor. É
como uma mulher bonita, que encanta e seduz.
É
inspiração, norte de vida, bússola, canto de viola.
No meu
sertão, todos os cantos são pobres e belos. O canto de se ouvir, venha de onde
vier, do sabiá, do acauã, do repentista, é belo.
Vir ao mundo
por aquelas bandas não chega a ser uma sentença de condenação à pobreza,
passada em julgado, mas é quase um fadário. Quem por ali nasce, gruda na terra
e na poesia e nunca deixa seu canto.
Uns porque
escapam da morte Severina, que é morrida como anjinho, mas que não escapam,
antes dos vinte, da morte matada na emboscada.
Outros
porque são tão teimosos que mastigam e engolem a sede braba. Não dão o braço a
torcer, nem deixam a estiagem vencer a coragem.
João
Guimarães Rosa disse que quem entende de Sertão é urubu, é gavião, é gaivota.
Todos esses
pássaros, porque eles estão sempre no alto, apalpando ares com pendurado pé,
com o olhar remedindo a alegria e as misérias todas.
A vida é
ingrata no macio de si, mas traz a esperança, mesmo vinda do fel do desespero.
No Sertão,
como disse Guimarães Rosa, o correr da vida embrulha tudo. Lá, a vida é assim:
esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e depois desinquieta". Leiam na
integra do Blog do Magno:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Um 2012 repleto de realizações