quinta-feira, 6 de junho de 2013

Magno Martins emociona os presentes com o seu discurso de agradecimento em forma de crônica.

A câmara dos Vereadores entregou hoje (06/06) o título de cidadão ao Jornalista Magno Martin. Estiveram presentes amigos e admiradores do Jornalista e metade dos Vereadores da casa, a cerimonia teve seus momentos de muita emoção. Estiveram também presentes no evento o Deputado Estadual José Maurício, o Vereador do Recife Edmar de Oliveira e a Vereadora também do Recife Aline Mariano que é esposa do Magno. Ao iniciar seu discurso Magno sai com estas palavras, “não vou fazer discurso, que me perdoem os políticos aqui presentes, mais discurso é uma coisa chata, por isso não vou fazer um discurso, preparei minhas palavras em forma de Crônica”. Magno Martins.
Magno faz uma volta ao passado de Sertanejo, para um pouco no seu Pajeú, depois dar uma passadinha em Jaboatão quando Geraldo Melo governava o município, dar uma parada longa em Brasília, retorna a Jaboatão durante dois anos e de formas poética revive os grandes nomes da historia do nosso município. Todas as passagens que o Jornalista descreveu em seu discurso vêm carregadas de uma força que surge da alma dos sertanejos que só os que nasceram na terra cinzenta podem escrever tão bem. Ao final Magno agradece a Joaquim Barreto pai do ex-vereador Jota Barreto que o representou na sessão de entrega do Título de Jaboatão. Parabéns, Magno Martins.
Parte da crônica lida por Magno Martins
"Venho do Sertão, sou filho de vidas secas, donatário das capitanias de Graciliano Ramos, herdeiro fiel de Euclides da Cunha.
Venho do Pajeú das flores, onde em todo o canto que se olha não se enxerga o verde da esperança, apenas o cinza da realidade nua e crua.
O sertão é sem lugar, não tem janelas, nem portas.
O sertão é do tamanho do mundo. Está dentro de mim, impregnado como um perfume sedutor.  É como uma mulher bonita, que encanta e seduz.
É inspiração, norte de vida, bússola, canto de viola.
No meu sertão, todos os cantos são pobres e belos. O canto de se ouvir, venha de onde vier, do sabiá, do acauã, do repentista, é belo.
Vir ao mundo por aquelas bandas não chega a ser uma sentença de condenação à pobreza, passada em julgado, mas é quase um fadário. Quem por ali nasce, gruda na terra e na poesia e nunca deixa seu canto.
Uns porque escapam da morte Severina, que é morrida como anjinho, mas que não escapam, antes dos vinte, da morte matada na emboscada.
Outros porque são tão teimosos que mastigam e engolem a sede braba. Não dão o braço a torcer, nem deixam a estiagem vencer a coragem.
João Guimarães Rosa disse que quem entende de Sertão é urubu, é gavião, é gaivota.
Todos esses pássaros, porque eles estão sempre no alto, apalpando ares com pendurado pé, com o olhar remedindo a alegria e as misérias todas.
A vida é ingrata no macio de si, mas traz a esperança, mesmo vinda do fel do desespero.
No Sertão, como disse Guimarães Rosa, o correr da vida embrulha tudo. Lá, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e depois desinquieta". Leiam na integra do Blog do Magno:

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