sábado, 13 de julho de 2013

Ministério insiste no fim dos lixões em agosto de 2014

Ministério do Meio Ambiente insiste na manutenção do prazo para fim dos lixões, previsto para agosto de 2014, segundo a Lei dos Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10). O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Ney Maranhão, reconhece, no entanto, que muitas prefeituras estão encontrando dificuldades para cumprir a meta. Maranhão participou de seminário sobre o tema na Comissão de Meio Ambiente.
"Não há nenhum estudo no ministério orientado para apoiar a prorrogação deste prazo. O que existe no ministério é uma avaliação do esforço necessário e na organização deste esforço para tentar cumprir este prazo. Não há nenhum compromisso com adiamento, embora saibamos que os prefeitos estão se movimentando em face das dificuldades que eles encontram, alguns deles, em cumprir essa meta."
Segundo o secretário, o tema é complexo e vai além da busca pela destinação adequada do lixo gerado. A solução, na avaliação de Ney Maranhão, passa também pela reavaliação dos nossos modos de produção e consumo.
O volume de lixo no país, de acordo com Dalberto Adulis, do Instituto Akatu, aumentou em 60 mil toneladas por dia entre 2007 e 2013, estando hoje em 273 mil toneladas/dia. O ambientalista destaca que, conforme o Ministério do Meio Ambiente, 47% dos brasileiros separam o lixo seco do molhado. Para ele, é preciso ampliar esse índice e também a conscientização do cidadão de que todo processo de consumo tem impacto.
"A ideia do consumo consciente você reflete sobre a necessidade, faz a escolha correta e utiliza e, depois, pensa no descarte. Se você utilizou um produto que pode ser reciclado depois, é melhor, porque, no momento da triagem, ele vai voltar à natureza ou vai virar outro produto."
Em parceria com a sociedade e o setor privado, o Ministério do Meio Ambiente lançou em 2011 um plano para ampliar o consumo sustentável no país. A meta é que, até 2014, a porcentagem de consumidores conscientes dobre de 5% para 10%.
No plano, empresas e governos também são considerados parte do processo. O presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, avalia que, por enquanto, a maioria das companhias brasileiras ainda não adotou a sustentabilidade em seus planos de negócio.
"A maioria das empresas não assumiu esta agenda. Por outro lado, há empresas que estão liderando este processo e que logo nós acreditamos que vão ser reconhecidas por isso. A questão da reputação e da imagem das empresas é chave e as empresas que estão envolvendo em questões que impactam na sociedade e a sociedade tem essa percepção, elas vão ser as empresas do futuro."
O seminário "Desafios para a Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos" é preparatório para a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, que, neste ano, tem como objetivo contribuir para o efetivo cumprimento da lei. A conferência ocorrerá entre 24 e 27 de outubro, em Brasília.
fonte: De Brasília, Ana Raquel Macedo

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