Nada muda, todos os anos a mesma
coisa; as ruas e avenidas das principais cidades de Pernambuco, a exemplo de
Recife, Jaboatão e Olinda, recebem decorações natalinas, ficando bem
ornamentadas, obedecendo rigorosamente às tradições dos festejos de final de
ano. De um lado o poder público com suas festas populares, lâmpadas acesas e
bonecos caracterizando o Papai Noel, do outro, também com a participação do
Governo, quer dizer, com a omissão dos governantes, as famílias que se fixam
nas beiras das ruas e avenidas, onde disputam os melhores lugares buscando nas arvores
uma sombra para, “deitado eternamente em berços esplendidos e a luz do céu azul
e sol profundo” colaborar com a maior obra dos governos já passados em nosso
país, a “Miséria”. A sociedade assiste dentro dos seus carros, adultos e
crianças implorando aos transeuntes um Papai Noel, uma esperança, um pedaço de
pão, mas, nem só de pão vive o homem, porem, só com o pão nosso de cada dia é
que podemos lutar e dizer que somos cidadãos.
Parar o carro no sinal de transito
passa a ser o desafio cotidiano de todos os motoristas, quando paramos,
recebemos as boas vindas; água no pára-brisa do carro e abordagem de vendedores
e pedintes, na realidade, esta água jogada simboliza a revolta, um aviso das
camadas mais pobres que vivem a margem da sociedade. Chegamos ao Natal de 2012,
e não chegamos à sociedade, o Estado continua representando o descaso, a falta
de expectativa e a oferecer um Natal dos diferentes, beneficiando os mesmos e
colocando de fato um Papai Noel fora do alcance dos filhos de Deus.
É ético comer e vivenciar um Natal
tendo a compreensão que nada fizemos no ano para evitar ou mesmo minimizar tais
diferenças, e para que os mais pobres tivessem a oportunidade de ter na noite
do dia 24 e 25 sua ceia de Natal, tendo um lugar digno como moradia e ao redor
da mesa, filhos e parentes agradecendo o pão nosso de cada dia? Só assim, é
possível entender que gastar milhões de dólares em ações que não incluem os mais
carentes, passa a não ter a importância devida quando a nação não tem no mais
pobre a sua prioridade, dando a cada cidadão oportunidades e igualdade de
condições para sobreviver e viver. Ainda falta muito e a caminhada é longa.
Você agora pode dizer “FELIZ NATAL?”.
Artigo de Roberto Santos para reflexão
Deixo aqui alguns dados em números da
Unicef, tornados públicos: 2,2 mil milhões de crianças até aos 15 anos; 1 em
cada duas crianças vivem na pobreza; 640 milhões não têm habitação adequada;
500 milhões não têm acesso a saneamento; 400 milhões não têm acesso a água
potável; 300 milhões não têm acesso a informação; 270 milhões não têm acesso a
cuidados de saúde; 140 milhões, na sua maioria raparigas, nunca foram à escola;
90 milhões de crianças sofrem de graves privações alimentares e 700 milhões de
crianças sofrem pelo menos de duas ou mais destas privações.
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Um 2012 repleto de realizações