Vou nesse meu artigo falar um
pouco sobre as dificuldades do transporte público em nosso país. O transporte
público das grandes metrópoles brasileiras, quando comparado a cidades de
países desenvolvidos ou mesmo a algumas cidades de países emergentes, apresenta
significativas diferenças organizacionais e gerenciais, defasagens tecnológicas
e distorções sócio-econômicas.
Cidades como Barcelona, que
possui cerca de 6 milhões de habitantes, tem um sistema público de transporte
público extremamente organizado composto por metrôs, trens suburbanos e
regionais, veículos leves sobre trilhos(bondes elétricos), ônibus turísticos e
urbanos e táxis. É um sistema gerenciado por uma única entidade que utiliza um
sistema de integração por bilhete único que permite fazer transferências no
período de uma hora e quinze minutos. De forma complementar existem corredores
exclusivos para ônibus e táxis, ciclovias demarcadas, estacionamentos
subterrâneos e sinalização sincronizada. Não há de forma alguma transporte
alternativo, pois a demanda por transporte de qualidade é atendida pelo poder
público sem falar que há segurança dentro e fora do sistema e os horários são
respeitados.
Nesse momento você me questionar
com a seguinte argumentação: Ah, mas Barcelona pertence ao primeiro mundo,
cultura avançada, etc. Concordo, mas eles tiveram que começar a construir esse
sistema e avançar de forma gradativa até o estágio atual. E por que será que
cidades da Europa e dos EUA possuem ótimos sistemas de transporte público? Os
países europeus perceberam que o transporte público é fundamental para a
qualidade de vida as pessoas. Em alguns países emergentes como Cidade do
México, Santiago do Chile e Bogotá os governos perceberam que o sistema público
eficiente pode trazer qualidade de vida às pessoas, aquecer a economia através
das exportações e desenvolver o grande filão econômico que é o turismo. Eles
possuem uma malha metroviária mais extensa e qualitativa e sistemas de
transporte público mais competentes que os de grande cidades brasileiras como
Rio de Janeiro e São Paulo.
No Brasil temos um sistema
público de transporte e péssima qualidade, necessitando de investimentos em
sistemas de integração, melhoria da imagem perante a população, pois está
associada a congestionamentos, poluição, desconforto, insegurança e atrasos.
Somado a esses fatores temos um alto custo das tarifas dos transportes
inviabilizando muitas pessoas a ter acesso ao sistema gerando problemas sociais
(favelização, aumento dos moradores de rua,etc.) .
Há praticamente um consenso entre
os especialistas que a solução para a melhoria do transporte público do país
está relacionada ao investimento em metrôs, corredores de ônibus e uma maior
oferta de ciclovias em nossas avenidas. A carência do nosso transporte público
reforça a exclusão da população pobre e incentiva as viagens de automóveis de
quem os possui, trocando às vezes viagens curtas a pé e de bicicleta por
locomoções de carro. Isso aumenta a poluição do ar, aumenta os engarrafamentos
e também causa o sedentarismo, pois as pessoas se prendem ao volante sem
praticar nenhuma atividade física. Vivemos numa cultura totalmente dependente
do automóvel e se continuarmos nesse ritmo, caminha-se para uma imobilidade urbana se não houver
investimentos em transportes não-motorizados e públicos.
Djalma Junior
Djalma Junior
Cara texto perfeito
ResponderExcluirConcordo com você, Djalma. Acredito muito no modal ferroviário, mas isso vai de encontro aos interesses de grandes empresários. José Chaves, Deputado Federal e dono da empresa Metropolitana quem o diga. Esse seus texto me fez lembrar um episódio curioso que presenciei. Estudo com um engenheiro do Metrorec. Nós fazemos administração pública e, um dia, em uma das aulas, fomos informados que teríamos uma palestra com um gestor do Estado, não me recordo do nome, mas se apresentou como um dos responsáveis pelas execuções das obras destinadas a mobilidade visando a copa do mundo. Esse meu amigo, o Júlio, aproveitou a oportunidade para criticar o governo pela escolha dos BRTs em detrimento aos VLTs. Questões de custo, manutenção, e celeridade de implantação foram os motivos alegados pelo representante do Governo que os fizeram optar por esse tipo de transporte. Ele também informou que o Metrorec não havia apresentado uma proposta para o VLT. Foi quando meu amigo se identificou como engenheiro do Metrorec e informou que foi sim apresentado um projeto para implantação do VLT na BR-101. O gestor do governo ficou sem ação. kkk
ResponderExcluirMas o importante é que fique claro que nessa questão de transporte tem muito dinheiro envolvido. Muitos financiadores de campanha. E muito, mas muito lobby.
Lima, infelizmente quem manda hoje são os donos de empresas de ônibus. Esse senhor que você fdalou ai que é um grande empresários dos transportes, é Deputado é muito influente por sinal. É um dos deputados mais reacionáveis e conservadores que Pernambuco tem. Torna-se difícl o investimento em metrô e transportes públicos mais confortáveis pois eles acham que o povo é gado. Corredores com ciclovias para que as pessoas possam ir ao trabalho com segurança também é uma ameaça a esse empresários.
ResponderExcluir