A decisão do governo de modificar a
proposta orçamentária em tramitação no Congresso e cortar R$ 50 milhões dos
dois principais eixos de integração das obras de transposição do Rio São
Francisco foi duramente criticada por parlamentares nordestinos da Comissão
Mista de Orçamento, em reunião encerrada há pouco.
Os cortes foram pedidos pela ministra
do Planejamento, Miriam Belchior, em ofício encaminhado à comissão. Os recursos
foram retirados das obras dos eixos norte e leste e remanejados para outras
áreas.
Além do corte de R$ 50 milhões pedido
pelo Executivo, o relator setorial da área de Integração Nacional e Meio
Ambiente, deputado José Priante (PMDB-PA), promoveu outro corte para atender
emendas parlamentares, uma prática permitida pelo parecer preliminar da
proposta orçamentária, que traz as regras para apresentação de emendas ao
projeto. No total, os dois eixos ficaram com R$ 742 milhões após as mudanças,
contra R$ 900 milhões previstos inicialmente.
A redução da dotação provocou polêmica
durante a discussão do relatório setorial na comissão. "Não posso
concordar com a aprovação deste relatório", disse o deputado Wellington
Roberto (PR-PB). Crítica semelhante foi feita por outros deputados, que
ameaçaram dificultar a aprovação da proposta orçamentária se os recursos da
integração do rio não forem recompostos. O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN)
disse que a redução da dotação é uma prova de que o governo não tem mais
interesse no projeto de transposição. "Se o governo abre mão desses
recursos está admitindo que não conseguirá executar a obra. É muito ruim para o
país que obras como essa sejam colocadas na gaveta", afirmou.
Segundo o deputado José Priante, o
ofício da ministra fez 21 mudanças na sua área de atuação. Ele informou que o
presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), recomendou que as
mudanças pedidas pelo Executivo fossem incorporadas já na fase setorial, pois
havia a possibilidade de que elas fossem implementadas pelo relator-geral da
proposta orçamentária, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Priante minimizou o
impacto do corte, afirmando que Chinaglia poderá fazer a recomposição dos
valores.
fonte:'Agência Câmara de Notícias'
fonte:'Agência Câmara de Notícias'
A transposição é um projeto que visa apenas beneficiar as grandes propriedades para agricultura irrigada além de causar uma série de impactos ambientais. Existem caminhos menos impactantes como a construção de cisternas e a dessalinização(que tem um custo mais alto) mas que também é uma solução interessante para o problema da seca.
ResponderExcluirO pequeno produtor é o que menos irá ganhar com essa transposição sem falar que há também a necessidade de uma revitalização do rio.