Questões
de mobilidade urbana podem ser resolvidas com ações simples. Não são só grandes
viadutos e obras megalomaníacas, que resolvem a questão. Pesquisas
mostram que as pessoas querem usar mais o metrô só de forma casada com a
bicicleta. A pesquisa partir da observação de um grande número de bicicletas
presas em terminais como Camaragibe e Cajueiro Seco.
Dados do
pesquisador José Augusto e Mestre em Transporte e Gestão de Infraestruturas Urbanas
pela UFPE deixam claro essa sinergia entre bicicletas e metrô. Ele descobriu
que um percentual de 83% da população pesquisada do entorno da estação de
Camaragibe utiliza o transporte público. Das pessoas ouvidas, 65% garantiram
que desejam fazer uso das bicicletas em conjunto com o metrô. As catracas do
metrô do Recife rodam 230 mil vezes por dia, mas as linhas só lotam nos
horários de pico. Fora dele, há ociosidade no sistema, a qual poderia diminuir
se os ciclistas tivessem um pouquinho de apoio para deixar suas magrelas nas
estações. Ou seja, falta apenas um bicicletário decente, de preferência
coberto, parecem clamar seus potenciais usuários. Outras medidas óbvias é
garantir um mínimo de segurança para os ciclistas nas proximidades das
estações. Assim, atividades rotineiras, como pequenas compras, lazer e a rotina
do trabalho, seriam realizadas com a combinação dos dois transportes.
Improviso: Bicicletas amarradas na estação Cajueiro Seco |
“Bicicleta
não pode ser vista como a solução para os males do trânsito, mas ela participa
com tranquilidade da construção de uma cidade com uma mobilidade mais humana”,
comenta o pesquisador.
E
felizmente, esses resultados podem sair do papel. José Augusto foi
convidado a participar do grupo de trabalho sobre ciclovias criado pelo
consórcio de prefeituras que respondem pelo trânsito metropolitano e a
Secretaria das Cidades de Pernambuco. A partir daí, a Secretaria das Cidades,
que participa da construção de 13 terminais integrados entre ônibus e metrô na
Região Metropolitana do Recife, decidiu incluir a construção de bicicletários e
o consórcio instalará a estrutura nos terminais em operação. “Eles serão
públicos e vão funcionar no mesmo horário de atendimento da estação”, conta
Ivaldete Marinho, urbanista do Programa Ciclovias da secretaria. A pesquisa
estimou, para a estação Camaragibe, a necessidade de um bicicletário com 60
vagas. Atualmente, apenas uma estação, a Tancredo Neves, possui um bicicletário
com capacidade para 28 bicicletas. Dados da pesquisa podem ser
encontradas nesse site:http://www.bdtd.ufpe.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6327
Colaborador: Professor, ambientalista e pesquisador Djalma Junior.
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