sexta-feira, 16 de março de 2012

Bicicletários podem trazer novos usários para o metrô


Questões de mobilidade urbana podem ser resolvidas com ações simples. Não são só grandes viadutos e obras megalomaníacas, que resolvem a questão.  Pesquisas mostram que as pessoas querem usar mais o metrô só de forma casada com a bicicleta. A pesquisa partir da observação de um grande número de bicicletas presas em terminais como Camaragibe e Cajueiro Seco.
Dados do pesquisador José Augusto e Mestre em Transporte e Gestão de Infraestruturas Urbanas pela UFPE deixam claro essa sinergia entre bicicletas e metrô. Ele descobriu que um percentual de 83% da população pesquisada do entorno da estação de Camaragibe utiliza o transporte público. Das pessoas ouvidas, 65% garantiram que desejam fazer uso das bicicletas em conjunto com o metrô. As catracas do metrô do Recife rodam 230 mil vezes por dia, mas as linhas só lotam nos horários de pico. Fora dele, há ociosidade no sistema, a qual poderia diminuir se os ciclistas tivessem um pouquinho de apoio para deixar suas magrelas nas estações. Ou seja, falta apenas um bicicletário decente, de preferência coberto, parecem clamar seus potenciais usuários. Outras medidas óbvias é garantir um mínimo de segurança para os ciclistas nas proximidades das estações. Assim, atividades rotineiras, como pequenas compras, lazer e a rotina do trabalho, seriam realizadas com a combinação dos dois transportes.
Improviso: Bicicletas amarradas na estação Cajueiro Seco
“Bicicleta não pode ser vista como a solução para os males do trânsito, mas ela participa com tranquilidade da construção de uma cidade com uma mobilidade mais humana”, comenta o pesquisador.
E felizmente, esses resultados podem sair do  papel. José Augusto foi convidado a participar do grupo de trabalho sobre ciclovias criado pelo consórcio de prefeituras que respondem pelo trânsito metropolitano e a Secretaria das Cidades de Pernambuco. A partir daí, a Secretaria das Cidades, que participa da construção de 13 terminais integrados entre ônibus e metrô na Região Metropolitana do Recife, decidiu incluir a construção de bicicletários e o consórcio instalará a estrutura nos terminais em operação. “Eles serão públicos e vão funcionar no mesmo horário de atendimento da estação”, conta Ivaldete Marinho, urbanista do Programa Ciclovias da secretaria. A pesquisa estimou, para a estação Camaragibe, a necessidade de um bicicletário com 60 vagas. Atualmente, apenas uma estação, a Tancredo Neves, possui um bicicletário com capacidade para 28 bicicletas.  Dados da pesquisa podem ser encontradas nesse site:http://www.bdtd.ufpe.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6327
Colaborador: Professor, ambientalista e pesquisador Djalma Junior.

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