O comando administrativo da Câmara
Municipal de Jaboatão dos Guararapes foi devolvido, ontem pela manhã, ao
presidente da Casa, vereador Amaro Basílio (PDT), colocando um `ponto final' na
intervenção estadual. Um clima tenso marcou a solenidade de transmissão do
cargo, que durou pouco mais de meia hora. O ex-interventor, tenente-coronel
Dickson Franklin, repassou a administração depois de sete meses ocupando o
cargo.
Primeiro, Dickson Franklin manteve uma
rápida conversa com Amaro Basílio, procurando prestar contas de como estava
deixando a Casa. Depois, os dois se dirigiram para outra sala onde a
documentação, oficializando a mudança de comando, foi assinada. O prefeito
Fernando Rodovalho (PSC) e quase todos os vereadores do município marcaram
presença na solenidade.
"Fui obrigado a tomar medidas
amargas e gostaria de agradecer às pessoas que souberam compreender isso. As
descobertas que fizemos das irregularidades foram resultado do trabalho de
intervenção. Deixo a administração com a consciência tranqüila e com a sensação
do dever cumprido. Mas, muitas irregularidades ainda persistem", disse o
ex-interventor, o primeiro a discursar. Afirmou ainda ser preciso uma maior
fiscalização no Poder Legislativo.
O vereador Amaro Basílio, por sua vez,
lembrou toda a `batalha jurídica' que travou para conseguir voltar ao cargo.
"Ficamos lutando o tempo todo. Uma liminar atrás da outra. Agradecemos ao
coronel (Dickson), mas a intervenção não era a forma correta de consertar as
coisas na Câmara", afirmou.
Basílio anunciou que pretende se
reunir hoje com os os demais vereadores para começar a fazer um levantamento da
atual situação da Casa. Ele ainda não definiu quantos cargos comissionados cada
vereador terá direito, mas pretende garantir - "pelo menos" - dez
para cada um. O `festival' de cargos comissionados, aliás, foi uma das
irregulares corrigidas pela intervenção.
No momento em que o prefeito Fernando
Rodovalho (PSC) se preparava para fazer seu discurso - ainda na solenidade -
Dickson Franklin tentou se retirar-se, alegando outro compromisso. Mas foi
praticamente `obrigado' a permanecer no recinto. Alguns vereadores quase
discutiram com o tenente-coronel, ressaltando a "importância" do
discurso do prefeito.
Rodovalho fez questão de isentar o
ex-interventor. "Se alguém deve responder pelo erro da intervenção, essa
pessoa é o governador (Jarbas Vasconcelos) por ter desrespeitado a
Constituição. Houve falha da assessoria jurídica do Governo", acusou.
O prefeito lembrou ainda uma pesquisa,
na qual a intervenção foi apoiada por 80% da população jaboatonense, para
justificar que "os desmandos deviam ser resolvidos".
Outro momento que gerou
constrangimento foi uma rápida discussão entre o vereador Manoel Panta (PFL) e
o coronel Dickson: "Não atendi a nenhum chamado pare me justificar a
pessoa de cargo comissionado. Só atendo aos chamados de uma CPI", disse
Panta. O ex-interventor, que durante sua gestão cobrou esclarecimentos de
alguns vereadores, respondeu: "Se fosse preciso solicitar esclarecimentos
até ao presidente da República, isso seria feito".
http://www2.uol.com.br/JC/_1999/1510/po1510e.htm
- notícia publica em 1999 pelo JC ON-LINE
Será que a historia vai se repetir no atual Governo de Elias Gomes?
ResponderExcluirÉ necessário que Elias Gomes esclareça as diversas denuncias que estão sendo feitas a sua gestão:
Resma de papel a 50 reais;
Venda de patrimônios do município;
Captação de recursos para caixa 2 de campanha eleitoral 2012 através dos grandes eventos.