Muito mais do que seleções disputando um título em estádios lotados com pessoas alegres, a Copa é uma indústria que movimenta bilhões de dólares, atua em diversos setores da economia e gera muitos empregos. Muitos mesmo. Para 30 dias de celebração mundial, ela requer anos de preparação e uma cadeia produtiva altamente impactante para o meio ambiente.
A Copa
do Brasil já está sendo chamada de COPA LIMPA ou COPA SUSTENTÁVEL, porém, para
que a mesma possa ser realizada é preciso resolver dois problemas fundamentais:
o do transporte e da construção civil. Quem mora nas grandes cidades sofre com
a precariedade dos transportes públicos sendo obrigado a se deslocar com
veículos particulares para uma mobilidade diária.
No que diz respeito à construção civil,
por mais que haja uma ampla discussão da sustentabilidade do setor sabe-se dos
grandes impactos ambientais provocados por esse tipo de atividade. Sem falar
que na copa haverá a necessidade urgente de construção e reforma no setor
hoteleiro, modernização e construção de novos estádios.
Outros
problemas além dos citados precisam ser resolvidos como investimento em fontes
de energia menos impactantes como a energia solar e eólica, mecanismos que
possibilitem a captação de água de outras fontes como a da chuva, sistemas de
reuso para utilização nos estádios para fins menos nobres, como a drenagem dos
estádios e a utilização em
banheiros. Obras como
essas são estruturadoras, caras e demoradas podendo ser comprometidas por
questões políticas, principalmente em anos eleitorais.
Um
documento muito interessante de se ler é o “Green Goal Legacy Report”,
que é um reporte dos impactos
ambientais ocorridos na Copa da Alemanha, quando o meio ambiente entrou no
programa do evento pela primeira vez. A premissa, ou o “green
goal” era que todos os efeitos adversos no meio ambiente associados
à organização da Copa do Mundo deveriam ser reduzidos ao máximo possível.
Uma
série de metas foram estabelecidas nos pontos mais importantes, principalmente
transporte, consumo de água e energia e mudanças climáticas. O Green Goal Legacy Report se focou, basicamente, nos impactos
gerados no evento, como a redução de consumo de água nos estádios, por exemplo.
No entanto, sabemos que uma torneira aberta por um turista no banheiro do seu
quarto do hotel também é um impacto causado pela Copa naquela região.
E é ai
onde a COPA de 2014 no Brasil poderá fazer a diferença: uma COPA focada na
sustentabilidade. Ao contrário da Alemanha que sediou a COPA de 2006, o Brasil
ainda é iniciante em infra-estrutura e desenvolvimento sustentável e apesar de
todos os percalços políticos causados pelo processo gerados pelas obras de
grande porte, existe a possibilidade de se ter sucesso na organização do
evento.
Problemas
estruturais à parte devemos nos concentrar nos ganhos que o país terá em sediar
uma copa do mundo. Não só no que se refere à turismo, infra-estrutura e
mobilidade urbana, Falo
do legado de conhecimento, de know-how e de mudança de postura, tanto dos
cidadãos quanto das empresas, estejam elas envolvidas com a Copa ou não.
Prof. Djalma Junior é Gestor Ambiental e Pós-Graduado em Processos Ambientais
Prof. Djalma Junior é Gestor Ambiental e Pós-Graduado em Processos Ambientais
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Um 2012 repleto de realizações