quinta-feira, 30 de maio de 2013

O mito da caverna, o mito da minha Cidade. Thiago Gerônimo

Platão foi um filósofo do século IV a.c, viveu no período clássico da História da Grécia Antiga.  Suas obras são emblemáticas e nos ensinam como ver o mundo de forma diferente e a interpretá-lo conforme os valores humanos. Dentre sua vasta literatura, encontramos uma que se chama: “O mito da Caverna”. Essa alegoria escrita por Platão representa bem o que estou sentindo nesse momento. Por isso, faço questão de relatar essa passagem aos nobres leitores de desse blog.
O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal.
A narrativa expressa dramaticamente à imagem de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem somente para uma parede iluminada por uma fogueira.
Imaginemos agora que um destes prisioneiros é forçado a sair das amarras e vasculhar o interior da caverna. Ele veria que o que permitia a visão era a fogueira e que na verdade, os seres reais eram as estátuas e não as sombras. Perceberia que passou a vida inteira julgando apenas sombras e ilusões, desconhecendo a verdade, isto é, estando afastado da verdadeira realidade.
Mas imaginemos ainda que esse mesmo prisioneiro fosse arrastado para fora da caverna. Ao sair, a luz do sol ofuscaria sua visão imediatamente e só depois de muito habituar-se com a nova realidade, poderia voltar a enxergar as maravilhas dos seres fora da caverna. Significa dizer que ele poderia contemplar a verdadeira realidade, os seres como são em si mesmos. Não teria dificuldades em perceber que o Sol é a fonte da luz que o faz ver o real, bem como é desta fonte que provém toda existência (os ciclos de nascimento, do tempo, o calor que aquece etc.).
Maravilhado com esse novo mundo e com o conhecimento que então passara a ter da realidade, esse ex-prisioneiro lembrar-se-ia de seus antigos amigos no interior da caverna e da vida que lá levavam. Imediatamente, sentiria pena deles, da escuridão em que estavam envoltos e desceria à caverna para lhes contar o novo mundo que descobriu. No entanto, como os ainda prisioneiros não conseguem vislumbrar senão a realidade que presenciam, vão debochar do seu colega liberto, dizendo-lhe que está louco e que se não parasse com suas maluquices acabariam por matá-lo.
 Portanto, este modo de contar as coisas tem o seu significado: os prisioneiros somos nós que, segundo nossas tradições diferentes, hábitos diferentes, culturas diferentes, estamos acostumados com as noções sem que delas reflitamos para fazer juízos corretos, mas apenas acreditamos e usamos como nos foi transmitido. A caverna é o mundo ao nosso redor, físico, sensível em que as imagens prevalecem sobre os conceitos, formando em nós opiniões por vezes errôneas e equivocadas, (pré-conceitos, pré-juízos). Quando começamos a descobrir a verdade, temos dificuldade para entender e apanhar o real (ofuscamento da visão ao sair da caverna) e para isso, precisamos nos esforçar, estudar, aprender, querer saber. A descida (a volta a caverna) é a vontade ou a obrigação moral que o homem esclarecido tem de ajudar os seus semelhantes a saírem do mundo da ignorância e do mal para construírem um mundo (Estado) mais justo, com sabedoria.
Esses são os meus sentimentos em relação ao meu lugar, a minha terra. Quero que os meus irmãos sejam ofuscados por essa luz. Acredito que minha cidade, um dia, será inundada por raios de luzes incandescentes e que a verdade, no fim, prevalecerá. Não há grandes vitórias sem grandes batalhas, no final de tudo isso, os verdadeiros guerreiros, aqueles que lutaram contras os titãs e os reis da maldade, receberão os louros da vitória e encontrarão, em fim, o nirvana. Porque a liberdade é a pátria dos homens. E por isso, todos os algozes da liberdade devem ser extirpados e esquecidos para que os homens possam gozar da verdadeira liberdade de um Estado livre.
THIAGO JERÔNIMO P. DOS SANTOS - Aluno do Mestrado em Extensão Rural e Desenvolvimento Local pela UFRPE, Professor de Sociologia do Estado de Pernambuco desde 2010, Bacharel e licenciado em Ciência Sociais (ênfase em sociologia rural) UFRPE, Especialista em Gestão Pública pela UFRPE

Um comentário:

  1. Sendo assim o poder publico local tenta nos acorrentar, com suas fas filosofias que tudo esta bem,mas temos o sol da nova esperança ao nosso favor,e surge homens livres lutando pelo bem comum, o povo de Cavaleiro....

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Um 2012 repleto de realizações