“O paradoxo da miséria no Brasil” Thiago Jerônimo

O Brasil é o país mais rico com o maior número de miseráveis, isso torna inexplicável a pobreza extrema de 25 milhões de brasileiros, mas mostra que o problema pode ser atacado com sucesso.

Nas últimas três décadas os principais indicadores sociais melhoraram. Há mais crianças nas escolas de que qualquer período da nossa história. As taxas de analfabetismo são as menores desde que começaram a ser constatadas nacionalmente. Os índices de mortalidade infantil foram reduzidos, principalmente na Região Nordeste. O Brasil está situado entre as dez nações mais ricas do mundo e é a principal liderança político-econômica da América Latina. No campo diplomático começamos a exercitar nossos músculos ao mesmo tempo em que atraímos a simpatia do terceiro mundo. A taxa de crescimento brasileira gira em torno de 5 % ao ano, no mesmo período em que alguns países europeus passam pela maior crise econômica desde a 2ª Guerra Mundial. O país deixou de ser devedor do FMI para ser credor/investidor ao mesmo tempo em que nossa democracia dar sinais de amadurecimento ao eleger a primeira mulher presidenta da história da república. Apesar de todos esses avanços a miséria persiste, uma chaga social que humilha governantes, desafia especialistas e atinge em cheio nossa consciência.

Portanto, deve-se agir de forma racional no combate a essa praga social que insiste em nos enfrentar. Canalizando esforços e pessoas com o objetivo de sanar essa vergonha nacional. Homens e mulheres que foram entregue a própria sorte sem nenhuma estrutura familiar, pedagógica ou social. Brasileiros que perderam a esperança em dias melhores, no qual seu maior desafio é permanecer vivo em uma luta diária contra um governo ineficaz, burocrático que não conhece nem a extensão do problema. O Brasil cresce, porém sem incluir seus cidadãos. Um crescimento que ainda é para poucos.

 THIAGO JERÔNIMO P. DOS SANTOS

Aluno do Mestrado em Extensão Rural e Desenvolvimento Local pela UFRPE

Professor de Sociologia do Estado de Pernambuco desde 2010

Bacharel e licenciado em Ciência Sociais (ênfase em sociologia rural) UFRPE

Especialista em Gestão Pública pela UFRPE