Henrique Eduardo Alves afirmou que
projeto entregue pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral pode servir de
base para grupo de trabalho
J Batista
Henrique Eduardo Alves recebe projeto
de Marcus Vinícius Furtado
O presidente da Câmara dos Deputados,
Henrique Eduardo Alves, recebeu nesta terça-feira (13) representantes do
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que apresentaram projeto de
lei para reforma política. "A proposta tem critério inteligente, pois não altera a
Constituição", comentou Henrique Eduardo Alves. Segundo o presidente, o
projeto pode servir de base para as discussões do grupo de trabalho da reforma
política, que deve apresentar em outubro texto para votação no Plenário.
Henrique Eduardo Alves afirmou que
espera resultados da reforma política, entre eles menos custos de campanha, fim
do caixa 2 e fortalecimento dos partidos. "Queremos partidos com cara de
partido", afirmou. Ele citou discurso de seu pai, o governador Aluízio
Alves, que em 1963 criticava o sistema partidário da época por ter oito
partidos, o que considerava uma "Torre de Babel". Atualmente, há mais
de 20 partidos representados na Câmara dos Deputados.
Dois turnos
O MCCE reúne mais de 60 entidades,
incluindo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB). Entre outras mudanças, a proposta de reforma política
estabelece dois turnos para as eleições proporcionais, com a definição da
quantidade de vagas para cada partido, no primeiro, e a escolha nominal dos
candidatos, no segundo. A proposta ainda acaba com a doação de empresas em
campanhas eleitorais, permitindo apenas o financiamento público e de pessoas
físicas.
O presidente da Ordem dos Advogados do
Brasil, Marcus Vinícius Furtado, observou que os deputados mais
experientes querem mudar o sistema político atual. Ele também citou pesquisa da
OAB, realizada pelo Instituto Ibope, em que 84% da população é favorável à
reforma política e 78% manifestaram-se contra o financiamento de empresas em
campanhas eleitorais.
O coordenador do MCCE, Márlon Reis,
espera que, com a proposta, seja reduzido o número de candidatos "Hoje é
impossível a Justiça Eleitoral fiscalizar as eleições com esse número de
candidatos. É um modelo inauditável", reclamou Reis, que é juiz eleitoral.
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