quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

“COMUNIDADE QUE FAZ” E A EXPLORAÇÃO DA POBREZA - César Ramos do PSOL

 “COMUNIDADE QUE FAZ” é um programa da gestão tucana em Jaboatão, que consiste na “doação” dos materiais de construção pela Prefeitura, para que as comunidades executem obras públicas. Nessa “parceria”, a prefeitura entra com os materiais (e teoricamente com a assessoria técnica) e a sociedade civil entra com a mão de obra.
Uma leitura superficial desse programa pode até nos levar a vê-lo com traços de solidariedade e participação popular mas, na prática, o programa “Comunidade que Faz” é caracterizado pela discriminação da população pobre, que é tratada como cidadãos de segunda classe portadora de direitos pela metade. 
Ao verificarmos as áreas da cidade que receberam esse projeto, percebemos que se trata de um programa exclusivo às comunidades pobres. Diante dessa constatação, resta-nos perguntar: Por que justamente as comunidades mais empobrecidas da cidade? Por que os mais pobres são obrigados a pagar para ter acesso aos bens públicos que lhes são de direito? Quem disse que ser pobre é sinônimo de viver desocupado para trabalhar de graça para a gestão? Por que esse programa não é estendido aos bairros da classe média da cidade? Ao ser indagado sobre essas questões, um CC da gestão tucana foi taxativo e respondeu: “É que vocês (pobres) não pagam IPTU, por isso a prefeitura não pode dar tudo.” Falas como essa revelam quão discriminatório é esse programa. Por outro lado, duvido muito que algum cidadão, sabedor de seus direitos, irá se submeter a esse tipo de exploração e aceitará de bom grado uma cidadania de segunda classe. 
Nós do PSOL, nos opomos incisivamente a essa política discriminatória e preconceituosa da gestão tucana, que explora os mais pobres. Nossa crítica não se restringe apenas ao fundo ideológico do programa, nos opomos também ao modus operandi da escolha de obras públicas na cidade. Hoje, o critério para se calçar uma rua, construir um muro de arrimo, ou qualquer outra obra em Jaboatão, está em função do apadrinhamento de um cabo eleitoral do governo que será em 2012 candidato a vereador. O personalismo político associado às obras públicas são o prenuncio de uma campanha eleitoral que será marcada pelo uso descarado da máquina pública para fins pessoais. 
O PSOL defende um Orçamento Participativo para Jaboatão, onde a população possa escolher democraticamente um pacote de obras para seu bairro. Nada mais justo que a população que paga seus impostos possa escolher onde irá empregar os recursos públicos. Apenas com um Orçamento Participativo poderemos acabar com o personalismo e a clientelismo que hoje impera em Jaboatão.

6 comentários:

  1. Parabéns Cesar pelo artigo. Infelizmente a classe mais pobre de nosso município é tratada dessa forma. É dever do município oferecer habitação a toda população, inclusive com mão-de-obra própria pois verba existe em orçamento. As pessoas às vezes não pagam IPTU, não porque não podem mas porque se sentem lesadas ao pagar esse tributo e não ver retorno algum em sua comunidade. As pessoas estão cansadas de fazerem papel de palhaço e verem seu dinheiro ser usurpado pelos gestores públicos.

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  2. Obrigado Djalma, mas não nos esqueçamos que são os pobres os que mais pagam, proporcionalmente, impostos nesse país! Agora o que os funcionários dessa gestão desconhecem é que as Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, são por lei isentas de IPTU. Como chegaram agora em Jaboatão desconhecem esse detalhe!

    Apenas com muita participação popular iremos inaugurar o estado republicano em Jaboatão.

    Abraços esperançosos!

    César Ramos.

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  3. Infelizmente nos últimos 30 anos quase nda foi feito em Jaboatão, quem é contra um programa que só traz beneficios com certeza n conhece a realidade das comunidades mais carentes que nunca tiveram atenção do poder público, o programa é em regime de MUTIRÃO e pelo que sei ninguém é obrigado a participar, trabalha no calçamento da rua quem quer, o que posso afirmar é que nas comunidades que passei e que tiveram a implantação do referido programa a aceitação é grande, e as pessoas estão bastantes empolgadas e felizes.

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  4. Se o programa é de fato tão bom, então por qual razão ele não é estendido aos bairros da classe mádia da cidade?

    Na prática, além da associação das obras à cabos eleitorais da gestão, os moradores tem que fazer "cotinha" para pagar mão de obra, já que ser pobre não é sinônimo de viver desocupado,pelo contrário, nós somos os que mais trabalhamos.

    Infelizmente, quem nunca experimentou uma cidadania plena é obrigado a se submeter a qualquer tipo de exploração para ter acesso a direitos básicos. A pobreza, como sempre, é uma fonte inesgotável de votos!

    César Ramos

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  5. Acho que não se deve ludibriar as pessoas com esse tipo de "MUTIRÃO" quando é sabido que se tem verbas para investimento em habitação. Nem todo mundo tem tempo para participar disso. As pessoas são trabalhadoras e querem uma moradia digna fruto de investimentos e políticas públicas. As pessoas se sentem até gratas e felizes porque nunca tiveram nenhum apoio e chega pessoas agindo de má fé usando as pessoas mais necessitadas e deixando de cumprir com suas obrigações constitucionais.
    Nasci e me criei em Jaboatão e tenho moral rapa falar. Quem não conhece o município é o prefeito.

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  6. ola,gente fala mal de um programa que so faz o bem a comunidade de jaboatão,voce que fala mal não quer o bem de todos o povo de jaboatão.
    eu apoio as boas acões de que hoje tem feito em jaboatão.

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