Há 15 anos o Cremepe trabalha com um
mesmo pensamento e, depois destes três mandatos consecutivos, um grupo de
médicos pernambucanos se opõe e irá concorrer às próximas eleições, que
acontecem em agosto, justamente por acompanhar de perto uma série de
impropriedades: o Cremepe é visto pelos médicos como um órgão que se limitou a
cobrar impostos e a penalizar o profissional, o que tem provocado
um afastamento dos médicos em relação à Autarquia. Quem defende essa
ideia é o médico Antônio Jordão, atualmente chefe da Clínica Oftalmológica
do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da UPE, ex-presidente do Sindicato dos
Médicos e ex-diretor diretor da Federação Nacional dos Médicos e da Sociedade
de Oftalmologia de Pernambuco, além de ter sido secretário geral do Cremepe,
entre 2003 e 2006. “Estamos convivendo com muitos dramas em nossa categoria e é
comum as situações de adoecimento, insatisfação, aliadas a sentimentos de medo
e de revolta, principalmente quando nos deparamos com tantos profissionais que
sequer conhecem as funções dos CRMs. O médico ainda nota
a ineficiência do conselho em fiscalizar a profissão médica e proteger o médico
e o paciente”, explicou Antônio Jordão.
Para o médico Thiago Gondim um dos grandes
problemas enfrentados é o erro médico. Para ele, o deslize médico é fruto de
uma série de situações que poderiam ser evitadas, caso fossem adotadas atitudes
preventivas e de acompanhamento, como a Educação Médica Continuada, as
Fiscalizações Preventivas e principalmente, as Condições Adequadas ao Trabalho.
“O Conselho Regional de Medicina pode se responsabilizar por todos esses
pontos, inclusive com o oferecimento da Educação Médica, com um incentivo à
especialização e aperfeiçoamento dos trabalhadores médicos, que passam a ter
mais subsídios intelectuais e técnicos para rechaçar condições de
desconformidades”, destacou Gondim, que é mestre em Patologia e coordenador de
cursos em pós-graduação médica.
O “Vote 2”, vem com propostas inovadoras,
tais como: uma maior participação dos médicos do interior no Conselho.
Atualmente, são mais de 4mil profissionais e que não participam das eleições.
Segundo Tiago Gondim, não há uma motivação para que o médico vote e participe
do pleito. A votação acontece por carta selada e que ao ser remetida, estoura o
prazo para a votação. A classe também é contrária à cobrança de taxas cobradas
dos médicos, que chega a uma contribuição mensal de R$ 500,00. Os candidatos da
nova chapa defendem ainda uma maior transparência do imposto cobrado aos
médicos. “O médico recém-formado deverá ser aprovado e treinado em bioética e
nos trâmites legais da profissão médica, evitando assim o desconhecimento de
causa”, acrescentou Gondim.
Serviço – O Conselho Regional de
Medicina é uma autarquia, composta por presidente, vice, diretores e
conselheiros; totalizando 40 médicos. Tem poder fiscalizador e
administrativo.
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Um 2012 repleto de realizações